A barata é um insecto que levava uma vida tranquila e sadia, de formas que nunca conheceu o que era problema ou sofrimento no seu dia a dia, e quando ouvisse que os outros animais passavam por situações difíceis como fome, doença ou morte fazia zombarias deles.
Certo dia, o soba barata foi ao encontro do grande soba da aldeia para procurar saber como é sofrer e conhecer como é que se manifestava.
O grande soba da aldeia, pensou para si e disse-lhe que fosse reunir a família toda, e traze-la para embala (local de reunião), para melhor testemunharem o que era um problema ou sofrimento e dissipar as dúvidas de uma vez por todas.
Enquanto a barata ia ao encontro do seu povo, o grande soba da aldeia chamou os homens e ordenou-lhes que preparassem as galinhas todas. Como o soba tem poderes e manda na aldeia, os homens cumpriram com a ordem do seu chefe ou autoridade tradicional.
No dia combinado, o soba barata pôs-se em frente do seu emaranhado de baratas a caminho da embala. As baratas todas satisfeitas pela ideia do soba deles, caminhavam sem paragens.
Postas na embala, foram recebidas e colocadas num campo aberto onde pudessem observar e ouvir o esclarecimento do grande soba da aldeia. No fundo era um local cercado pelas capoeiras cheias de aves famintas.
O soba, de imediato mandou abrir as capoeiras e galos, galinhas, frangos e pintainhos caíram por cima das baratas degolando-as completamente. Daí, o declarado azar do soba barata, donde até hoje a barata não pode dar de vistas com a galinha e a galinha por sua vez também, quando encontra uma barata é motivo de recordação daquela festa oferecida pelo grande soba da aldeia.
Equipa Mwelo Weto. Recolha da tradição oral angolana.
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